domingo, 25 de julho de 2010

eu prometo...

promessas, pelo menos para mim, tem um grande valor. me senti na necessidade de listá-las, e cumpri-las na medida do possível de hoje em diante.
não vou citar o motivo de ter tomado essa decisão de mudança, masmo porque um aglomerado de pequenas coisas fazem formam esse "motivo".
eu prometo...
1-)eu prometo crescer.
a-)mentalmente (principalmente)
b-)profissionalmente (visar o MEU futuro)
2-)nunca, jamais, sob hipótese alguma, derramar uma lágrima a mais por alguém.
a-)nem por "amizades";
b-)e menos ainda por ele.
3-)não chingar as pessoas sem motivo;
4-)não deixar o orgulho em primeiro lugar;
5-)nunca mais odiar todo mundo sem motivo certo;
6-)nunca mais querer vingança. (a melhor vingança, é dada pela vida, não pelas mãos dos homens);
7-)nunca mais faltar da academia;
8-)usar escova de dentes só para escovar os dentes;
9-)aprender a dormir de calça ou shorts;
10-)aprender a odiar quem dá motivos com classe;
11-)aprender a andar de bicicleta;
12-)parar de rir das pessoas;
13-)não zoar mais a Mayara;
14-)aceitar o que acontece na vida;
15-)sorrir mais;
16-)aprender a dizer "não";
17-)ser mais cara de pau;
18-)não acreditar em tudo o que eu ouço;
19-)pensar mais antes de tomar qualquer decisão;
20-)esquecer;
21-)lembrar;
22-)apagar históricos antigos que não remetem coisas boas;
23-)jogar aquilo fora;
24-)me livrar do perfume do meu pai;
25-)me valorizar;
26-)ser mais sociável;
27-)dormir mais;
28-)parar de beber coca-cola;
29-)parar de comer presunto por comodismo;
30-)parar de escrever sobre o assunto;
31-)parar de carregar o peso do mundo;
32-)participar das aulas de ed. física;
33-)não ser pessimista;
34-)não ser otimista ao extremo;
35-)não dar migué;
36-)cuidar do meu cactus (José);
37-)voltar a pé e sozinha da escola;
38-)ler Dom Casmurro;
39-)não colar em nenhuma prova;
40-)não fugir da sala do curso;
41-)excluir todas aquelas músicas;
42-)"ignorar é vida."

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vento no Litoral - Legião Urbana.

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

só por relatar.

tentei descrever de diversas o que eu sentia, e foi em vão. bem, esta é a terceira tentativa. preciso tentar organizar minhas ideias. talvez eu tenha muito a falar, tanta coisa que veio neste balde de água fria.
primeiramente: sim, eu estou com muito ódio, muita mágoa de um fato passado. me sinto mal ainda por pensar no quanto foi desprezada, e no quanto as pessoas são egoístas e tem a capacidade de simplesmente ferir a quem não te fere.
em segundo lugar: eu sei bem do que eu estou falando, e não vejo nada de sincero naquilo. sempre esteve ciente do que acontecia, e se é tão forte como diz, dou-lhe meus parabéns, conseguiu me superar.
em terceiro lugar: pode-se sim comparar as duas situações. e é fácil, basta abrir bem os olhos. deixar qualquer beleza ou qualquer outra coisa de lado. basta colocar em uma balança acontecimentos passados, e facilmente comparar. e após tal análise, digam-me se tenho ou não razão em estar assim.
em quarto lugar: doeu também o fato de ver tantas das pessoas que anteriormente se diziam estar comigo para tudo, abandonando o barco na metade do caminho, cegas, tapadas, ou entorpecidas. fico só agora. eu e todo meu vazio, toda a amargura, que nunca me abandona, e que eu planto todos os dias, agora, pouco me importando com o que futuramente vou colher.
encerro aqui meu relato mal organizado, e possivelmente incompreendido.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

contrariei o poeta.

"talvez eu só precise de férias, um porre, e um novo amor." caio fernando.

1- 19 dias de férias. mudança: alcançado o estado de tédio profundo.
2- dois grandes porres, com direito a surtos. mudança: ressaca, uma meia-calça rasgada, resfriado, bolhas no pé e peso na consciência.
3- não encontrei, não procurei, e não vou procurar.

não vi cura em nenhum dos dois outros métodos, então, seria essa a salvação? se for, me sujeito a prosseguir como estou. disso, não quero mais nunca mais brincar, ok? ok.

domingo, 11 de julho de 2010

depois de algum mês.

não tenho tido muita vontade de escrever. não tenho tido vontade de conversar, e ando preferindo esconder o que se passa de mim mesma. sim, covardemente é isso. eu não quero tocar no assunto, porque dói. tenho aprendido a canalizar isso, escondendo-me, ignorando o que está aqui, posto à mesa. é mais fácil tapar o rosto no Sol, do que encará-lo até suas púpilas quase sumirem em sua vastidão celular.
é inevitável fazer muitas coisas sem lembrar dos espinhos que continuam fincados. como escrever: "não" sinto, não relato. e se relato, sinto, o que vai contra a corrente que luto agora: "não" sentir.
digo entre aspas porque é impossível deixar de lado, mesmo quando se luta com todas as suas forças para isso. não é falta de vontade, como tantos outros já me disseram, não é falta de força, simplesmente não é possível arrancar com tamanha facilidade um pinheiro maior que toda a minha estrutura corporal daqui de dentro. vou tentando assim, o despindo folha a folha, e quando mais, com mais força, graveto a graveto, com toda a calma, que trago destes meus dias tão pacatos. cuido também mais de mim, e me sinto mais satisfeita desse modo. vou à academia, estou tratando a pele, e procurando uma saída para todos os meus males externos. gosto mais de mim, isso posso dizer com plena certeza. e minimizo assim os problemas internos. até onde dá, deixo de lado. mas, quando me vem aquela necessidade estonteante de gritar aos céus e à Terra que tudo o que tenho dito é uma contradição, que eu preciso sim me curar por dentro, e todas mais aquelas bobagens, eu consigo me segurar. já gritei e já chorei tanto, e agora vejo que eu tenho força para ao menos me controlar nessa situação. não grito, não choro, e passo longe de qualquer coisa que me remeta à minha dor. como disse: "ignoro". e vou levando, minhas, agora, pequenas manhas, e meus, agora, largos sorrisos. manhas sem sal e sorrisos bem doces, para mim, para mim, e para mim.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A valsa do Pierrot

Meu rosto formigou, e logo então, senti a vermelhidão e a angústia tomar conta de minha face, que suavemente tinha um sorriso estampado até então. Cada gota de suor que por minha testa corria, uma martelada. Cada ironica palavra, uma ferroada. Fora assim por longos cinco minutos. Fora assim, quando tive todos meus pequenos e modestos sonhos disseminados. Assim, eu tive tudo jogado ao vento. Cada palavra cogitada, cada lágrima, cada gota de insensato orgulho, cada minúsculo segundo perdido.
E a plateia do meu salto para o nunca-mais-feliz sorria. Alegremente, sorria. Um Pierrot chorando se destacava, estupefato com a reviravolta, comovido, soluçava e com um rubor imenso, gritei. Gritei para avisar que tudo estava desmoronando. Gritei para avisar que sim, caneta nenhuma se sentiria incomodada com o toque gelado e lúgubre de minhas mãos, para avisar que todos os meus papéis poderiam sair correndo, para longe, bem longe de mim. Gritei, para deixar claro que por muito tempo, isso fora meu sonho, e que com sonhos, não se brincam.
Como em um jogo de cartas, apostei todas e quaisquer fichas, todos e quaisquer sorrisos, vários dias e neurônios no meu sonho, que tinha sido estraçalhado a frente de uma bela plateia de palhaços deprimidos, e na frente do pobre Pierrot, que só chorava. Conhecido ele por sinal. Em vários episódios aparecera, sempre chorando. E quem seria? Quem seria este, que ia contra a corrente? Quem seria este que gritara de dor tantas outras vezes? Quem seria esse que agora, estava recolhendo pedaços rutilantes e minúsculos, com cheiro de chá mate às três da tarde, com jeito de apartamento em cidade barulhenta, com o som de máquina de escrever antiga?
Quem seria este, que tem uma mancha negra escorrendo em sua face, uma cabeça baixa e olhos famintos? Talvez seria a parte de mim, que não se adapta à mudanças. A parte de mim que sempre acredita em sonhos, a minha parte doce, melancólica e surreal. A parte que não quer que eu mude, que se lamenta a cada queda, a cada pedra no caminho. A parte que sempre chora, sempre se machuca, e sempre espera o contrário disso. E a vida prossegue mesmo assim. Passo pra frente, passo pra trás, soluço atrás de soluço. Um giro, um grande medo de outra possível queda, e vejo o Pierrot ao espelho, realmente me refletindo em si.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

insuportávelmente.

creio eu que já disse tudo o que precisava dizer. e prestes ao fim do prazo de espera determinando por mim mesma me imagino sob duas rochas: de uma, lanço voo, de outra, me atiro ao mar.
entre o voo e o homicídio, prefiro o voo, embora o homicídio esteja em andamento. sim, me lancei ao mar, e à alguns quilometros de distância do ponto de partida já quase não sinto meus membros, já me falta o ar, e nadar se torna quase uma impossível missão.
mistério seria: como levantar voo? como respirar se me falta o ar? como me manter tão parada à espera de um sim, ou um nunca mais, sendo que a correnteza me puxa, me quebra, me estilhaça? como nadar contra essa maldita corrente, que regurgita tudo o que eu mandei descarga abaixo? como pensar em outra coisa se me vejo em perigo, à deriva?
e o voo, se pudesse ser levantado, seria tão mais confortável. pelo menos até minhas asas cansarem. seria tão mais conveniente, mais puro, mais fácil, até os ventos frios do sul me perseguirem. e se por via das dúvidas me alcançassem, me pegassem de surpresa e acertassem em cheio minha memória, minha asa machucada, eu seguiria até encontrar com o quente e aconchegante vento norte.
é difícil levantar voo, é difícil manter-se no ar, mas seria a melhor opção agora. tão alto, e tão longe de tudo. tão solta, e ao mesmo tempo, sozinha. pensando a fundo: insuportávelmente sozinha. insuportávelmente distante. insuportávelmente solta. insuportávelmente crescida. insuportávelmente triste. insuportávelmente a pior opção.

domingo, 23 de maio de 2010

anjos, sim.

sou sempre tão dramática. dramática demais talvez, mas hoje resolvi mudar. ao invés de relatar sobre o mesmo assunto de sempre, vou falar sobre anjos. sim, anjos.
não aqueles anjos de Deus, anjos de religião, anjos fictícios (ou não), mas sobre aqueles anjos que você vê, sente, e ouve. que estão ali, diariamente, te suportando, do seu lado;
nunca tive tanto afeto, tanta proximidade de um círculo familiar. nunca fui de me apegar a ninguém, de receber carinho com facilidade, mas com esses "anjos" é diferente. me apego, sofro junto, e me sinto bem quando vejo um sorriso para mim.
erro muito, constantemente, e não aceito facilmente meus erros. quando aceito, me culpo demais, sofro, e me vem aquele drama comum, mas às vezes, quando um guardião está por perto, me sinto aliviada. arrependida, mas aliviada, por ver, ou sentir que o tenho por perto para me segurar, ou mesmo para me julgar.
há também aqueles que são responsáveis por me ajudar a tocar minha vida. aqueles que me auxiliam em cada escolha. não me influenciando, mas mostrando o certo e o errado de cada lado, me deixando livre para minha escolha. e aqueles que mesmo após a escolha incorreta, tentam de alguma forma me colocar no meu caminho, ou então que me levantam a cabeça.
tenho aqueles que me abraçam quando eu sinto que estou caindo, aqueles que brigam comigo, aqueles que me mordem, aqueles que bagunçam minha vida de um jeito positivo. os que me dão forças, os que me levam ao extremo, os que secam as lágrimas, os que gritam, os que estacam a dor. os que me fazem rir até perder o estômago.
seria impossível deixar de citar aqueles que comemoram cada vitória sua, que animam seus sábados, domingos, feriados. os quietinhos, os faladores, os sem noção, os politicamente incorretos. os que acima de tudo, de todas outras passadas situações, ainda são anjos.
não sei como os agradecer por tudo em que me ajudaram, por tudo em que atrapalharam, e não sei como terminar esse relato sobre eles, aliás, não sei nem se devo terminar, nunca fui boa com finais. deixarei aqui, essa falta de nexo. falta de nexo que eu adquiri convivendo com vocês, meus anjos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ratos.

só acho banal. é, banal mesmo. banal brigas idiotas. banal falsidade. banal time de futebol, copa do mundo, aglomeração, festas, aniversário, boa aparência.
acho banal. tanta ferida interna, tantos problemas sociais, tanta infecção, e vá lá ver TV, falar mal de alguém, torcer pra um bando de idiotas que nem sua fuça conhece.
vá lá lamentar por famosos. vá lá chorar aos pés dela, ou de quem for. vá lá se importar com qualquer outra merda que nem se importa com você.
vá lá tontão, vá lá, tô aqui fora, qualquer coisa, continuarei aqui com a minha caretisse, pro que der, e vier.

sábado, 8 de maio de 2010

1001 motivos.

Acho que ando perto da descoberta de um dos meus maiores segredos: "por que Diabos querer você?"

- Porque sou teimosa, e quando eu quero uma coisa, quero mesmo;
- Porque ninguém me faz sorrir do jeito que você faz;
- Ninguém que me faz me achar tão imbecil por sorrir tanto;
- Ninguém que me faz ser tão imbecil também;
- Não encontrei ninguém que me tratasse "desse" jeito;
- Ninguém me faz sentir o que eu sinto, de todas as maneiras e formas;
- Ninguém me faz ir contra minha própria vontade, que é muito forte;
- Não consigo perdoar ninguém se não você;
- Nunca senti pena de ninguém, só de você;
- Nunca me soltei com ninguém, falei o que pensava, fiz o que achei que devia fazer, se não, com você;
- Nunca tive tanta vontade de mudar uma pessoa, de matar uma pessoa, de devorar uma pessoa. Só você;
- Ninguém me faz ficar com essa cara de morta, escrevendo coisas babacas e sem sentido, listando coisas idiotas, e mostrando tamanha exclusividade;
- Não há ninguém que me faça sentir tanto ódio assim;
- E nem tanto afeto;
- Ao mesmo tempo;
- Ninguém me faz ter vontade de mudar meu jeito, mudar minha casa, cabelo, vida, só pra ser melhor.
- Ninguém ocupa a falta que você me faz;
- Ninguém mesmo me fazendo tão mal, me faz sentir tão bem.
- Ninguém.

E mesmo que não sejam claros, que sejam babacas, fúteis, melosos, dramáticos, são os que poderiam ser citados, entre muitos outros que me vêm em mente.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

pó, medo, e folhas secas.

há dias que eu não dormia e de repente, caí num sono tão profundo que quase me senti incapaz de acordar. sentia dor em cada milímetro dos meus ossos. fosse como eles estivessem em pó. e era só essa dor em pó que sentia. mas num relapso de memória acordei. acordei, me arrumei, e quando digo que me arrumei, digo que me arrumei dos pés até os meus fios de cabelo descoloridos, e esperei. não sei pelo o que ou por quem, mas esperei. a casa sozinha rangia como se fosse me engolir, ou meus instintos teriam se aflorado. o barulho perturbava tanto, que dificultava mais ainda o meu entender daquela cerimonia toda. tentava entender também o por que do frio que vinha subindo pelas pernas, me abraçando. era outono, o frio não se fazia tão devastador assim, a ponto de me fazer tremer. ou talvez não fosse frio que eu sentia, sentia é medo, na mais bruta e agonizante forma. seguindo com meus pensamentos, e me perguntando "medo de quê?" é que caí do sofá, ou deitei no tapete, não me lembro, mas adormeci, ou estivera sonhando esse tempo todo. meus ossos ainda estão feito pó, exaustidão e mais nada. ainda não entendi qual é a razão do medo, e o por que disso tudo, e esses barulhos de casa rangendo não vão me deixar entender.

domingo, 25 de abril de 2010

beat it

é grande pra mim a necessidade de não pertencer a ninguém. ser bicho solto, ser bicho sem alma, do mato, caipira. ou então, essa necessidade é decorrente do fato de que não tenho mais capacidade de entregar meu coração de bandeja novamente e tão cedo. aliás, não sei se seria capaz disso, uma vez que nem a mim mesma ele pertence. está ferido, sujo, e perdido em algum canto, alguma esquina. sempre perco tudo, isso é verdade. e com o coração não foi diferente, daí então, fiquei assim: bicho feroz, bicho feio. bicho carrancudo, mas que quando é cutucado, chora como se fosse um gato. fica quieto e sem vontade de nada como um passarinho vendo a chuva. talvez porque doa demais, porque é quase superficial a dor em dias "normais", mas alguns dias, o sangue pulsa sobre elas numa pressão inadmissível, surpreendente.
não digo que o melhor que se tenha a fazer é ignorar o bicho, nem domesticá-lo. eu diria que o melhor é deixar como está, ou aceitar de vez o animal. tenho só medo de ter o lado que agradara a ti devorado, tenho medo também que ele te devore. tenho medo que ele entre no mundo, tome minha outra face de passarinho depressivo, mulherzinha mole e chorona e as torne pura grosseria. tenho medo das tardes nubladas, das músicas animadas, de carinho...
tenho medo de permanecer assim, com o coração perdido por aí, alvo de tantas "bactérias" aqui, implorando por uma frenética e recuperadora batida.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

preciso tanto..

preciso falar do sufoco que essa minha minúscula miniatura de cidade trás. pleonasmo do grande esse "minúscula miniatura" mas é bom dar ênfase nisso, na mínima dimensão desse inferno em que vivo.
aqui falta ousadia, aqui falta esperança, aqui tem de sobra gente opinando sobre tua vida e sobre tuas atitudes. todo dia falam mal da tua roupa diferente, do seu cabelo bagunçado, dos seus vícios, relacionamentos fraternais, conjugais, extra conjugais.
aqui tem "calor humano" demais. muitos sorrisos amarelos, muita gente falsa, muita gente asquerosa e nojenta.
aqui não tem lugares cool pra fumantes, não tem lugares cool pra não fumantes, não tem curso de faculdade que me agrade, não tem notícia que seja construtiva, e nem grandes redes de junk food.
quero uma cidade grande, fedorenta, fria e cinza. quero usar uma roupa sem nexo, falar coisas sem nexo, fazer coisas sem nexo sem ser a principal atração na roda social em plena segunda-feira. quero um curso bom de moda, música boa, lugares para gente, menos animais que se vestem de humanos perambulando pelas ruas, menos "calor humano". mais fumaças de Malboro, mais taças quebradas, mais maquiagem borrada, cabelo desarrumado, mais ousadia meu Deus, mais liberdade de expressão.
quero menos comodismo, menos modinhas, menos divisão social. pra mim, cada um por si, e si por si. sem essa de apoio de amigos, sem essa de psicologia, filosofia, sociologia e todas as "logias" existentes nesse vácuo de mundo.
quero mais álgebra, pra quebrar a cabeça, talvez um curso de jornalismo, quero olhos perdidos, quero cara de cansaço, quero, quero, quero...
me dê uma brecha meu amor, me dê sim, e tu vai ver onde vou parar. com poucos reais, um litrinho qualquer e quem sabe um dinheiro a mais para os outros vícios. me dê essa brecha meu amor, e nunca mais me verás.

domingo, 11 de abril de 2010

meu cabelo cheira a cigarro, minha roupa, minha alma. minha roupa tem o cheiro do seu perfume, meu cabelo, me acalma. minha alma tem o seu nome, minha dor, minha tara.
no meu café tem uma mosca, na minha vida tem várias. de olhares me sacio, e palavras só já não me sustentam.
quero mais que isso, quero mais que tudo. mais que aquilo, aquele outro. mais que ontem, mais que amanhã. mais de mim, de você, do inferno, dos outros.
mais voltas, menos idas. menos tristeza nas partidas.
mais loucura, mais amor, quero mais, mais, mais... e te quero enfim. quero pouco, quero muito de você. quero tudo, sem pesar o que ganhar ou perder. quero seu mundo, meu mundo o cigarro, o perfume, as moscas, as pernas, as mãos, os cafés, os braços, meus cabelos, nossas roupas, tua alma.

sábado, 27 de março de 2010

dor demais, anestesia nenhuma.

se hoje eu falo de dor, se hoje eu tenho cara de dor, e se a dor está entre todas as coisas que eu escrevo, é porque ela se fez merecedora de tanta atenção.
eu poderia muito bem resumi-la aqui, agora, para quem estivesse afim de saber, mas infelizmente, sou mais uma hipócrita cidadã brasileira, e como me disse sábia professora certa vez: "a hipocrisia está em 99,9% da nossa composição".
e é verdade. quem já não se poupou de dizer o que vinha na mente por "educação"?
quem já não deixou de fazer uma coisa que sempre sonhou só para manter aparências?
quem não cometeu uma blasfêmia dessas que atire a primeira pedra.
sou hipócrita, sinto dor, e a guardo pra mim. acumulo tudo na alma. alma pesada, alma densa, alma escura, suja, nojenta.
se eu a fizesse como pano de chão, a torcesse, espremesse, sairia nada além de gritos, nada além de choros, nada além dessas coisas enjoativas e pouco interessantes que formam a minha dor. sairia a futilidade que eu escondo, escorreria aos baldes falsidade que me deram, e sorrisos amarelos quando a vontade é de berrar que nada está certo...
nos quatro cantos desse inferno que chamam de mundo tem minha dor. em outra galáxia eu também deixei um pouco dela. em cada estrela eu também a vejo. a cada música, a cada foto, a cada cheiro, a cada gole de água para saciar minha sede tem dor.
tem dor de permanecer "cega" e "inabalada". tem dor de continuar quase neutra a tanto pavor, tanta traição, tanta coisa errada com as pessoas. tanta dor de alma que me afugenta e me entope e entorpece meu cérebro, me alucina e não me anestesia.
se é de dor que eu falo, é porque dor me fizera sentir. e se amor me fizesse sentir, de mais ou menos dor eu falaria.

sexta-feira, 26 de março de 2010

matará-me.

entre as repugnâncias de uma vida sem fundamento e da miséria no mundo, eu fico com a miséria no mundo.
é mais precário os danos causados na alma do que no corpo. dói mais uma ferida que pulsa constantemente em algum lugar perdido do corpo cansado, do que um ralado, uma fratura. dói menos a fome, dói menos fogo extremo de qualquer inferno perdido. injeções de morfina não adiantam. é preciso mais que isso.
nada estaca a dor. nada para o sangramento. nada cauteriza e nem me traz efeito cicatrizante.
e se qualquer pedido de desculpas ou explicações aliviassem essa dor, todo mundo se desculparia, se explicaria. mas não, e que pena, não resolve. as cartas foram lançadas, lançadas em direção à alma, fundo, e com efeito de navalhas.
dor no corpo passa, volta, tem cura. dor na alma não. dor na alma persiste, ocupa a cabeça, o pé, a perna, o braço, os olhos, e por inteiro o coração.
tempo não resolve também. tempo piora tudo. tempo traz esquecimento, e esquecimento demais dói excessivamente.
e o silêncio meus caros, não se enganem: o silêncio serve como eutanásia na alma. mata. faz chorar, gritar, descabelar. e mata, sempre mata no final. faz sofrer o triplo, arranca aos poucos, derrete, desmancha, como ácido percorrendo minhas veias agora. como dor de dor profunda, como ânsia de vomitar o estômago, o rim, o fígado, pulmões, e intestinos.
o silêncio mata. e não deixa vestígios. o silêncio mata, demora, faz sofrer, mas mata. matará-me.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

dias de felicidade para anos de tristeza.

outra cilada. em outro buraco, outra fossa, valeta, cova, seja lá qual for o nome, eu caí.
se pensarmos bem, tem pessoas que claramente não nasceram para ser felizes, ou viverem do modo que costumam rotular como "feliz".
se, por 3 minutos você é feliz, consequentemente vai ser infeliz por 3 meses devido esses míseros minutos. todo mundo paga pela sua "felicidade" consumida.
admiro quem não tem objetivos, não tem uma felicidade certa. sempre rindo e sendo feliz com qualquer migalha, com qualquer piada boba, com qualquer sorriso desbotado.
não pensa em como alcançar o espirito de felicidade plena, faz todo mundo feliz, não polui o mundo com caras feias. ri, dança, canta, beija, toma banho de chuva, pula, corre... enfim, busca insanamente algo que dê prazer, que dê "felicidade".
a minha eu sei o que é. eu já descobri, já provei, já fui feliz. mas minha ganância me mata, me enforca, me enlouquece. subo, desço, grito, choro. não dá, ela não sai de mim.
quero, quero agora, quero sempre. digo que não quero, mas entro em conflito. não consigo rejeitar, não consigo ignorar. coloco sempre em primeiro lugar essas minhas "necessidades semi-vitais", movo montanhas, mares, cidades para alcançar meus 3 minutos de felicidade e me lamento por vidas e vidas quando tenho que pagar pelo meu consumo.
já morri várias vezes de tristeza. já explodi continentes de felicidade. fiz juras inquebraveis a mim mesma e as quebrei segundos atrás.
agora eu quis falar sobre isso, para aliviar o turbilhão de palavras e idéias que cercam minha mente, mas estão sendo interrompidos pela tramela em minha garganta. tramela essa que eu agradeço por ter recuperado, já que outrora, quando tentei me expressar corretamente, consegui o contrário disso e uma morte de tristeza e de arrependimento.
renasci dessa morte, e morri de novo, de felicidade. e que tédio tamanha matança de mim mesma! mas morro sempre, morro triste, morro feliz...
morri feliz da última vez em que morri, e agora estou prestes a morrer triste e sozinha sem renascer nos próximos 20 anos, para pagar meus 2 dias de felicidade.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

me deixa aqui e não tira mais.

aquele assovio me chamou, me agradou, me conturbou. o segui, para longe, para trás... fui passando, momento a momento, segundo a segundo os meus dias vividos. meu Deus, como me apavorei! quantos erros, quantas faces, uma grande mutação;
o assoviu sumiu lentamente, se distanciou. corri tanto, corri mais que minhas curtas pernas aguentaram correr, e o perdi. acredite, me perdi em mim mesma. mas não sei se realmente sou eu. não reconheço nada aqui, me sinto mal, pesada, culpada. um gelo na espinha me pegou de surpresa, me derrubou no chão, e ainda estou caída. ao menos penso que estou. agora, estou revendo minha estranha mania de ser tão teimosa, de ser tão deprimente, enjoativa, adocicada... como essa "gaiola" é insuportável!
tentei gritar, chamar, me debater, sem resposta. talvez porque seja isso mesmo. porque esteja incapacitada de me tirar daqui. talvez porque não covenha responder, talvez porque isso não seja nada além de um sonho ruim.
agora já sinto forças. já tenho minhas pernas bastante ágeis. bato um pouco do pó da roupa e saio em caminhada, a procura de qualquer coisa que me leve de volta aos olhos da realidade.
pareço caminhar por quilômetros, mas nada além de poeira, nada além de papéis rasgados, de lágrimas, de pedaços...
mas que lixo! que desordem! credo em cruz, Deus-me-livre de viver aqui. tudo cinza, tudo chato, tudo amargo, sem vida, sem glória, sem luz.
dois assassinatos, uma paixão, várias mágoas, poucos amigos, enlouquentes desejos: são as únicas coisas inteiras que avisto. empoeiradas e pouco gastas, mas ainda vivas. ainda bate um coração aqui, disto tenho certeza, pois ouço leves e calmas batidas. soam como gemidos de dor e agonia, mas ouço o ritmo, o compasso.
para, e volta. para, e volta. quase morte, e vida. quase morte, e vida. piso em alguns cacos, e ao invés de deixar uma grande trilha de sangue, deixo uma enorme poça com cheiro de morte, de dor, de carne podre. me tira daqui, por favor!
não sou eu. disso tenho certeza quase plena! vou buscar alguma coisa que me dê certezas, respostas, que é isso o que devo buscar.
"você aqui? como vai?" -vácuo. grande vácuo. e sumiu, desapareceu. tomou forma de uma represa salgada, com estrondos de choro. mas, quando percebo que é uma represa de lágrimas, muda de novo, e se torna uma nuvem, e continua mudando... uma música, uma noite, uma palavra, e por fim, um par de olhos. que lindos olhos, que sede de tomá-los!
sou eu. mudei de ideia. sou eu mesma. mudando da água para o vinho, me assombrando com cada pedacinho escondido de lembrança. com um nojo e um desprezo enorme de tudo o que faz parte de mim. com todas caras de choro, com tantos sorrisos guardados, com pouco amor no peito.
de alguma coisa agora tenho certeza ao menos. e de outra ando tomando conta de tornar certeza: daqui eu não quero sair.

domingo, 31 de janeiro de 2010

de humano para "humano".

dói tanto dar de cara com o clarão de uma manhã, onde a realidade começa a fincar duras estacas em seu peito. o mundo inteiro se rende à miséria de almas. amigos? você sabe realmente quem se esconde debaixo de uma amizade? você sabe em quem confiar a chave do teu carro, da tua casa, da tua vida?
nada mais é como antes. o ser humano torna-se o principal rival da espécie. e na teoria da evolução, os mais ligeiros, sem alma, sem caráter, "evoluem", deixando para trás pisoteada a espécie que o criou, que o fez assim.
quem for capaz de ver teu pai pedindo esmola, teu irmão passando fome, teus amigos perdidos na vida, se sairá muito bem nesse mundo. quem não tiver coragem de pagar uma bebida para a esposa de seu primo, roubar a idéia de seu colega de escritório, será passado para trás, e ficará parado num tempo, sofrendo todo dia com a corrupção e com a imundice do mundo hoje, e amanhã. não peço a ninguém que banquem os bons samaritanos, que apoiem causas mundiais, e que tentem evitar o aquecimento global. eu só imploro aqui, que sejam menos "humanos", e busquem nessa desordem grudada em seus corpos, um ótimo motivo para serem mais humanos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

mix.

e desde que eu me conheço por gente sou assim. orgulhosa, inconstante, chorona, e birrenta.
não sou mimada, não me acho melhor que ninguém, simplesmente não aprendi a perder. não aceito mesmo, não me conformo mesmo. sou muito apegada às coisas, aos meus poucos e ofuscados objetivos. e quando eu quero, eu batalho, eu busco, eu corro atrás. mas quando falho, ah, quando falho me vem aquela súbita dose de lamentos. choro dias, noites, me culpo por tudo. nada me alivia, nada me deixa feliz enquanto eu não tenha alcançado meu sonho. não desisto fácil. na verdade, não desisto quase nunca. me canso, espero, mas volto à batalha, e luto, ultrapasso meus limites, sempre...
é algo além de força de vontade, é uma sede enorme, uma ganância boa que me deixa viva. quando chego na poeira pura, me vem uma brisa fria e me desperta, e apareço no mesmo cenário desgastado, com um sorriso mais reluzente que uma mina de diamantes ao Sol. me faço e refaço. choro e sorrio, tudo ao mesmo tempo, tudo com mesmo gosto.
sou um misto pleno de agonia e orgulho, de esperança e pessimismo, de alegrias, mínimas desistências, lembranças, olhos, boca e poucas glórias atingidas.
não me importo com as poucas glórias, com os osbstáculos, com os espinhos, feridas e estacas, a minha sede é grande, é mais forte, é maior que tudo isso junto...
eu estou aqui me lamentando hoje, para amanhã voltar a sorrir.

é meu povo, zelem suas almas.

num discurso filosófico com a pessoa mais chegada a mim, caí em uma conclusão: é o fim.
o fim de tudo. o fim do mundo, o fim das guerras, o fim da miséria, o fim da minha solidão.
chegaremos lá, não se apressem, não se revoltem, não se desesperem. chegaremos lá...
a superficialidade também chegará ao fim. graças à todos vocês, vermes fúteis, ela chegará ao fim...
vamos lá meus queridos, se despeçam de seus pais, perdoem seus inimigos, agradeçam por seus amigos terem te aguentado esses anos todos. escrevam um livro, dois, três... desativem seu Orkut, orem à Deus, à Moisés, aos seus Orixás. agradeçam, se desculpem, perdoem, façam tudo de politicamente correto que não fizerem a tempos atrás, e que a falta nos levou a chegar a essa situação...
maltratem mais seus pais! agridam mais seus filhos! chamem de "imbecil" aquele pobre ser diferente! fodam mais esse mundo já perdido em tanta ignorância! já estamos perto do fim, não há nada que os bilhões de doláres gananciados pelas grandes potências possam fazer. repito mais uma vez: É O FIM. O NOSSO FIM. zelem suas alma, pois seus corpos padecerão.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

.

te amo mesmo, talvez pra sempre. mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. foda-se esse amor. e foda-se você. -tati bernardi.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

2 baldes de amor.

só deparei com os cantos dos seus olhos me olhando ironicamente, como se eu tivesse assassinado alguém, ou te feito alguma coisa fatal. e não fiz. não dessa vez. não te fiz mal nenhum, e tinha até resolvido te deixar em paz, te tirar da minha vida aos poucos.
idéia falha. só consegui uma cara de desprezo, e alguns olhares matadores diretos para mim. eu não entendo o por que do silêncio profundo, e de todo o resto. não fiz nada. absolutamente nada, a não ser o fato de resolver te esquecer, te deixar para trás...
você e todo o resto desse mundo idiota, cretino, e sei mais lá o que, sempre soube que eu matava e morria por nós. que eu nunca deixei de me inspirar nos seus olhos, e que no fundo por mais que não aparentasse, quem sempre me fez sentir com esperanças de ser feliz alguma vez novamente, foi você.
nos afastamos tanto, e acabamos até deixando a amizade de lado. me lamento por isso, mas não tanto quanto antes. aprendi a estacar o vazamento, aprendi a deixar de imaginar que um dia tudo seria bom, como antes. posso não ter aprendido muito bem, mas ando me esforçando.
queria arrancar tudo de dentro de você, ou ser uma Super-Mulher, e poder usar minha visão de raio x em você. ou então, eu me contentaria em ser apenas mais mulher e mais madura, para lidar com isso sem me sentir culpada por alguma ou qualquer coisa.
bom,hoje, eu vou parar por aqui mesmo, sem conclusões, só um recadinho: reveja suas atitudes, e tente ouvir e ver as coisas a sua volta.
e pra finalizar, só um pinguinho do meu ódio pra você, e 2 baldes de amor.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

sin ningún tipo de advertencias.

eu acho que já não me resta meia colher de chá de esperança. suas atitudes não me surpreendem, e as minhas continuam as mesmas sempre. se não destrancamos nossos corações, não há como eu deixar você sair, e você me deixar entrar. então, vou dar uma humana hipócrita, e contra meu desejo, empurrar tudo pra debaixo do tapete. você não fica sabendo do meu sentimento, e toda vez que eu me encontrar com você pra repor minha necessidade de te sentir perto, posso somente te olhar e sorrir ironicamente, sem me desmanchar.

the truth of a dream.

chega um dia, em que nos encontramos sentados sozinhos, num canto, pedindo pra que todos os sentimentos possíveis desapareçam.
esse dia sempre aparece pra mim. talvez com mais frequência que o normal. sempre acabo riscando meus papeis, queimando meus pequenos trapos de sonho, e os pondo sobre minhas lágrimas, para que os desfaçam, e sumam sem deixar rastro. agora, nem eu mesma ando sabendo o que se passa na minha pobre e confusa cabeça. procuro não tomar nenhuma decisão, aliás, não sei nem que tipo de decisão tomar...
chorar, já chorei. gritar pra todo mundo que pode me ouvir, eu já gritei. e sofrer, sofro todos os dias, talvez a todo instante que eu lembre, ou sou lembrada, da existência desse meu problema.
ultimamente, o que me alimenta, o que me dá um pinguinho de forças para abrir meus olhos lá pelas três horas da tarde e pensar: "estou viva", são meus sonhos. meus sonhos amarrados com fios de seda em pilares, nada seguros. se não fosse por eles, eu não conseguiria manter minha pequena e desfocada chama acesa.
logo de cara, eu jurava que seria fácil. não fácil como escrever uma jura de amor na areia da praia, ou beber um copo de água, mas não tão difícil quanto terminar um relacionamento antigo e perturbado, ou pular de bungee jump às duas horas da manhã de terça em Bali. mas a vida não é fácil assim pra todo mundo. é difícil pra maioria, e pra quem tem muita força de vontade, ou sei lá que elemento mágico, acaba sendo mais "mole". pra mim? ah, pra mim é aquele mesmo balanço de sempre, aquela mesma incerteza. não sei, não sei mesmo...
ando pensando se devo continuar com meu sonho, me entristecendo a cada pôr-do-Sol, e me sentindo motivada a cada simples toque, a cada singela palavra. em outro dia desses, um dos típicos dias de desejar o fim de tudo isso, eu lembrei de um minúsculo sonho antigo. um sonho tão doce, que talvez seja o principal motivo de toda essa grande ilusão. me lembrei dele, e me veio como uma leve brisa um cheiro familiar, um gosto doce, e a imagem de um olhar, cativante, misterioso. desde então, fiquei paralisada nele, ainda estou, e vou ficar. por quanto tempo minhas amarrações aguentarem, por quanto tempo minhas pálpebras conseguirem permanecer entreabertas, e por quanto tempo eu conseguir ficar sem me decepcionar ou me encantar mais ainda.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

vem cá, vamos falar de decepção.

hoje é um dia que ninguém me entende. normalmente isso já acontece, mas hoje, digo: a coisa tá preta;nenhum renomeado psicanalista, nenhuma melhor amiga, nenhuma mãe, ninguém me entende. me vejo sozinha, tentando entender e espantar de mim toda essa estupidez gravada em meus olhos, todo esse arrependimento preenchendo minha cabeça oca, e todo esse sofrimento em meu corpo.
me sinto tão, mais tão dolorida hoje. erro, assim como todos os outros seres vivos e presos nesta maldita Terra erram. me arrependo, mais que qualquer pessoa. e me arrependi. será que é pedir muito, se eu pedisse que me esquecessem? seria pedir muito, se pedisse que me deixassem quietinha, escondidinha, olhando o mundo, na minha? seria? não seria. não seria..
já fiz isso tantas e tantas vezes por vocês. já engoli tantos e tantos sapos por gente que eu nem merecia engolir. já ouvi tantas cronicas dessa sociedade ironica, e continuei como? toquei minha vida, sempre esquecendo tudo, sempre sorrindo mais ironicamente pra o que não me importa.
sabe garoto, essa minha amargura tem sentido. tem sim, e eu não vou revelar, não agora, não pra todo mundo, só pra você...

domingo, 10 de janeiro de 2010

porque eu sou depressiva. e porque eu te quero sempre. e porque eu não sei controlar a minha obsessão...

...e hoje eu acordei totalmente sem forças. sem forças pra nada e com pouquissimas lembranças da noite passada. hoje eu acordei, e chorei de mansinho, e não vi nada de errado ou de humilhante nisso. choro mesmo, não foi eu quem quis assim. choro mesmo, porque eu acho extremamente sem restinho de glória nenhuma ser assim. depois, eu lavei meu rosto, arrumei meu cabelo e decidi por não chorar mais. pelo menos não mais por hoje. não resisti. segurei meus olhos, numa tentativa quase impossível parar de 'vazar'. como eu disse: quase impossível. não consegui nem se quer levanta-los e olhar novamente pra derrota que me tornei. é, me contradito. me tornei uma grande e desprezível derrota. talvez por não ter dito e feito o que devia, e ter me feito tão covarde. continuo pensando em tudo que deu errado em mim, em tudo que tem de errado em você. errado esse que Deus do céu me deixa louca por vezes. deixa mesmo. grande parte da minha loucura é proveniente desse seu errado. seu errado que me mata e me deixa boba, sem saber o que falar ou pensar.
queria me ver tão mais longe de você. tão mais sem sentir qualquer náusea ou seja lá o que for quando vejo seus olhos. tão irônico dizer isso. mas digo. a essa hora da manhã de hoje eu digo mesmo. no fim das contas saí tomar uma xícarade café. desceu tão pesado e instantaneamente me veio aquela repulsa. meus olhos ainda não estavam nem um pouco secos, aliás, ainda não estão, e nem vão ficar. me acomodei com essa rotina. você vem em uma festa pra chorar? não seu imbecíl, eu vou a uma festa pra te ver, ter a plena certeza de que não me pertence e de que isso a cada dia vem se tornando mais impossivel, pra ver você ignorando o fato de que tudo isso acontece, e pra então, por fim, chorar. e saí pela casa até me acomodar aqui, cambaleando, pra relatar tudo isso, sem lembrar o que eu precisava fazer. não sabia o que era, mas eu tinha uma necessidade gritante de fazer.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

tão como ousadia.

“e nem eu, nem você, sabe ao certo o que é o amor”. me disse uma amiga, em um de seus discursos filosóficos sobre não-deixar-se-abater-por-isso. É difícil pra mim, uma pessoa orgulhosa, dizer isso: mas eu concordo, aliás grande parte da humanidade concorda com isso. como um caleidoscópio, cheio de fases, mutações, é difícil definir o que sinto. pode parecer mais um texto sem nexo, de uma menina sozinha e mágoada, mas eu precisava falar sobre isso. sobre essa tal "pureza", e que existem suas outras faces. faces tão turvas e tão feias, que qualquer poeta amante, poderia enojar-se. é incrível também o dom das pessoas de descreverem fatos absurdos, como “foi por amor”, ou “é o amor”. penso que, (não só penso como vejo e noto isso todos os dias), já se tornou banal fazer isso, distribuir juras de amor, como um simples cumprimento. quem faz isso, está tão acostumado a essas mentiras, que não sabe valorizar mais o verdadeiro, não sabe nem sequer distinguir, uma coisa, da outra. por vezes, por mais que não deva, sinto pena dessas pessoas. sempre tão enganadas pelas suas próprias mentiras, e pela mentira de terceiros...
valorizar-se, é isso que cada um precisa. valorizar o que é verdadeiro, o que é puro, sincero, e vem de dentro. eu posso não ser a melhor pessoa para falar sobre valores, até porque, muitas vezes, falho. é preciso ter coragem pra dizer o que pensa de verdade, o que sente, e é preciso mais coragem ainda, de quem vai ouvir isso, e compreensão...

mais que realista.

por favor, não me iludam mais. não me digam que tudo vai ficar bem, aliás, é só isso que vocês pensam? tanto otimismo, tanta ilusão...
não que eu seja pessimista, ou que não acredite em meus próprios ideais, mas às vezes, é preciso ser no mínimo realista...
não é preciso tentar adivinhar o que se passa dentro de mim, até porque, nem eu mesma já sei. me sinto tão confusa, distante, chego a quase não acreditar nisso tudo. não entendo mais nada, e nem busco mais entender, uma vez que, isso só me decepciona cada vez mais e mais.
em outros tempos, tentei deixar pra trás, tentei mudar, tentei, admito, até demais. mas dessa vez, de maneira alguma, corri atrás de nada, tentei deixar acontecer, do modo mais natural possível, e não consigo me conformar. algo sempre me puxa de volta. talvez as lembranças, talvez a música, escrita, que esqueceram de nomear...

menos que covardia.

cansei de ter esperança, cansei de ouvir que tudo vai dar certo. me acabei. cansei de ter medo de tentar, de falar o que sinto ou penso, de ousar. porque no fundo, não é disso que eu preciso. preciso viver mais e pensar menos nos problemas, preciso crescer mais e aprender que nem tudo na vida é sincero, preciso esquecer das pessoas que me fazem mal.
mais uma vez digo que vou deixar você viver, ser feliz com quem você quiser. e dessa vez não volto atrás, e muito menos quero que corra pra mim quando precisar. não gosto de falsas esperanças. e o meu amor por você vai se diluindo cada vez mais como se fosse tinta posta num copo d'água. não foi bom enquanto durou. não vai ser nada mais além do que está sendo hoje porque seu amor por mim não existiu. tchau, não volte sempre. tem gente que não precisa mais de você, nunca precisou, fato. mas que só agora foi perceber que pode caminhar sozinha, mesmo sem seu ideal ilusório. só lembrando que o meu sentimento por você, vai continuar, não o mesmo, claro. mas eu vou aprender a confiar mais em mim, a andar com minhas próprias pernas, mesmo que devagar. e então quem sabe você possa me telefonar, me convidar pra sair. quem sabe eu aceite, quem sabe eu negue... deixemos isso pro futuro. te devolvo o sorriso que ficou comigo e saio livre, ver a vida se manifestar mais uma vez.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

sobre algo mais que forcas e amor.

mesmo que não saia hoje da sua cabeça, amanhã, depois de amanhã, quem sabe, ele já não vai ter o mesmo valor. eu sei, e como sei que na realidade nada é como eu digo hoje aqui. sou uma contradição, assim como eles também são.
no mesmo segundo que te fazem juras, colocam cordas em seus pescoços, e esperam alegremente pela hora de sorrateiramente puxar, e acabar por dias com seu sorriso. não estou me lamentando por isso, aliás, me acostumei já com tanta covardia. meus lamentos não valem por esses montes de nada. minhas unhas seriam mais bonitas se não estivessem roídas, e minhas lágrimas seriam mais bem aproveitadas se derramadas pela morte de qualquer rato de rua. minhas esperanças continuam acesas. meus olhos continuam agoniados e inquietos. mas sou assim. a clara face de um ser sem um ser.
não estou revoltada também, declaro. só estou hoje aqui, relatando sobre isso que me incomodou, ao rever a pobre da minha face doce sofrer a tempos atrás. não vou dizer que me arrependo, porque não é a verdade. não vou dizer que não vou mais cair na conversa mole dele, porque eu vou. eu vou cair em teus braços novamente, eu vou apreciar seu sorriso em um gole só, e eu vou devorar teus olhos. só que dessa vez, não me espere alí naquela forca onde você costumava puxar a corda. aliás, não me espere não, pretendo caminhar sozinha, e te procurar quando a noite cair.

repugnante.

e acordou com uma repulsa enorme no meio da madrugada. a escuridão tomava conta dos seus olhos quase abertos. não sabia o que procurar, o pra onde ligar. sentia a enorme necessidade de deixar aquele lugar, correndo. mas suas pernas não eram fortes o bastante pra sair por aquela porta localizada em lugar-nenhum-visível. não tinha a quem procurar, já que todos pareciam um tanto quantos hipócritas na noite passada. a repulsa vinda de más lembranças aumentava, e tomava conta da pobre alma sentenciada.
sentenciada sim, a viver num mundo tão imundo em que vivia. a ver a covardia estampada na face dos seus vizinhos, colegas de faculdade, familiares...
se juntasse o valor de todas as almas unidas naquele ponto de ônibus que ela avistara, não conseguira uma alma só boa. a burrice já dominava o adolescente, a criança que outrora era o mais inocente dos seres, e já vinha de antes. horripilantemente já era de uma fase antes. a pobre criança no ventre de uma mãe abandonada, tinha como futuro um mundo tão sujo, tão cruel.
pobre de mim, que hoje vivo por viver, e tenho de ver todos os dias esses olhos famintos por dinheiro, por fama. esses olhos que me devoram e me regurgitam e continuam nesse tediante balanço. desgraçada sociedade, que se desmorone, que leve contigo tudo isso que eu mais odeio, que mais causa danos a todos. e me deixe por favor um bom motivo pra sonhar e acreditar que vai valer a pena.

oito e quase trinta.

"não, você nao sente, esse é o problema" e um vasto silencio se abriu em meio a todo aquele barulho. nada que falassem confortaria minha dor. seus abraços já não me acolhiam mais, tuas palavras naõ eram tão lindas assim. não queria mais te querer, não queria nem mais se quer te ver. já são oito e quase trinta, você tem de partir. nossos olhos se vasculharam buscando qualquer coisa que alimentasse a pequena esperança presente alí. foi em vão. essa busca permanecera, aliás, nunca irá parar, enquanto ambas as partes não encontrarem-se de novo. no próximo encontro quem sabe, rostos novos, risadas novas, cabelo bonito e arrumado, perfume trocado, e sem aquele sentimento arruinado. quem sabe um novo surja, quem sabe acabe ali. quem sabe tudo volte como antes, e tudo o que eu tenha dito sobre esse novo encontro só se torne uma contradição. enfim, já são oito e quase quarenta e você já partiu...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

teria mais sentido se fosse sentido.

hoje jurei pra mim mesma que deixaria de ser tão burra assim. burra mesmo. me assumo: sou uma completa imbecil que sempre usa o coração ao invés de usar a mente.
hoje eu havia jurado também que não choraria mais por motivos tolos, mas eu chorei. que não me envolveria com gente sem escrúpulos, e que seria mais clara em tudo, e não estou sendo. mas parece que jurar tudo isso tem sido impossível, assim como jurar: eu não pecarei mais.
é como um pecado. tem a mesma carga, o mesmo jeito. tem um gosto diferente, um cheiro mais agradável e um excesso de culpa menor. não cheguei nem a tentar deixar de ser burra, ou deixar de pensar mais com a cabeça. e não vou tentar, não mesmo. vou deixar a minha face teimosa tomar conta de mim de novo. e assim vai ser. decidi por conservar o meu eu. mesmo que ele não seja algo bom, algo que quando cultivado resulte numa pessoa de alma boa e coração límpido. decidi por sofrer quietinha, e deixar que apenas meu travesseiro ouça meu chorinho e meu soluço por entre lágrimas na madrugada. prefiro assim. me sinto bem escrevendo, me decepcionando, e não sei nem por qual motivo relato isso hoje. me sinto melhor ainda quando eu posso olhar pros teus olhos e me sentir enfraquecida, e ao mesmo tempo acolhida, só por ter a sorte de ver teu mistério acontecer de não muito perto e me encantar mais uma vez.

nothing.

é, digamos que dói sim, e que não anda dando certo as minhas tentativas de esquecer ou de não pensar mais naquilo que me deixa tristonha. penso que vai passar, todos dizem que vai passar, e não foi porque não tinha de ser. ou até tinha, mas acabamos falhando, ambas as partes. enfim, mais e mais ciclos surgiram, mais e mais casos serão por acaso, é contra a minha vontade, mas é a vida, e sua irritante jornada infeliz.
aos poucos, ao decorrer dos dias, vou vendo que muitos dos meus planos viraram poeira, muitas das minhas ilusões foram besteiras, bobas, sem nexo. mas ao mesmo tempo que focalizo a realidade, algo parece que me veta, que me faz manter aquela chamazinha ascesa, assim como ela permaneceu por tanto tempo, após tanta coisa...
quero me livrar desse drama mal bolado. quero me livrar dos teus fantasmas que me rondam, e principalmente, do teu enigma.
nada mais quero eu a não ser poder ver o que se passa na sua mente, ou então, esquecer tudo isso. não estaria sendo covarde, pois eu sei o quanto lutei, só eu sei quanto das minhas forças foram gastas a cada segundo do seu lado em vão.
continuo na minha dança, na minha mole valsa, visando dias melhores, e conservando a minha pequena e já enfraquecida chama, dentro de mim.

sábado, 2 de janeiro de 2010

fixação.

e a garota, que podia ler mentes e tinha os olhos de uma pessoa como um passaporte para isso, não tinha sucesso em suas tentativas de fazer isso com aquele garoto singelo, de olhos enormes e inquestionáveis que ela já se envolvera e desde então parecia não esquece-lo. era quase loucura, mas ela não admitia que era real. ela não queria saber da verdade, ela não queria a verdade. não importava se ele tinha uma outra pessoa, se ele não estava nem aí pra ela. o que importava é que esse mistério todo a deixava cada dia mais frenética, e em busca de uma solução.
eles eram iguais em parte. tanta babaquice, tanta indecisão. tudo era muito parecido, o jeito de falar, pensar, e por vezes até de agir. levando certas coisas em consideração, qualquer um diria que eram uma mesma pessoa, dividida ao meio.
cada dia que se passava, parecia que a garota sobrenatural se perdia mais em suas tentativas. se perdia mais no seu sonho, na sua possível ilusão.
nada realmente conspirava à favor dos dois juntos. mas ela não se importava. muito focada, observadora, perdia grande parte de seus tristes e comuns dias a imaginar o que escondiam aqueles olhos enormes e misteriosos.
ora se animava, e podia sentir várias borboletas em seu estômago, voando, a fazendo sentir coisas incomuns. ora sentira tanta raiva, mas tanta raiva de como ele a deixara, de como ele a fizera sentir aquele ódio...
ela continuava não se importando. não sei descrever se é ódio ou o que era o que ela sentia dele. mas ela não gostava nem um pouco de como ele tinha o incrível poder alterar com tanta facilidade seus sentimentos. era imune à ela, e a fazia de maneira absurda cair em si, e de demonstrar coisas que jamais demonstraria. ela não controla isso. gostaria de controlar, mas não controla. ela poderia ser feliz com qualquer outra pessoa, que ela pudesse ver o que se passa, e entender tudo. mas não, o impossível sempre a atraiu demais... talvez não fora impossível, mas talvez seja além disso. talvez seja inquestionável a possibilidade de tê-lo. sim, estamos tratando de posse, de obsessão. e não é uma comum. é diferente, é intensa. hoje mesmo, ela sente ódio até mesmo dessa chuva que caí na madrugada, sente ódio da dependência que ele tem de outros pra ser feliz, da irônia de sua vida. da cabeça infantil dos dois, e até ódio dela mesma. ela não suporta o olhar de sono da sua gatinha, deitada na sua cama, inocente, a esperando para dormir, não aguenta ver a sua xícara de café, gelado, parado. sente mais ódio ainda, de quem escreve isso, e a colocou nessa situação. ela não sabe mais o que sentir, ou em que pensar. todas possibilidades foram traçadas, cada segundo que passa, ela de desespera mais ainda. ela o trata como: kryptonita. aliás, ele tem o mesmo efeito sobre ela às vezes. não vai morrer, não vai envelhecer, e não vai deixar de quere-lo. é frenético. ninguém vai conseguir pará-la. nem ela mesma.

ira.

vim por meio desta manifestar todo o ódio existente em mim. ódio claro da minha primeira escolha impossível. do meu sonho mais bonito. meu desejo mais infame. não sei como (e odeio isso) você me faz sentir tanta raiva assim. odeio também a realidade das coisas. me conformo com isso, mas quando me deparo com o meu desejo, esqueço, e mudo completamente todos meus pensamentos. odeio a nuvem de mistério que te envolve. teus olhos enormes que quase me devoram. sinto a eterna necessidade de a todo momento te sentir, de te observar, e até me perco em meus pensamentos por muitas vezes.
ultimamente, não gosto nada da ideia de ficar perto de você. me sinto tão idiota, tão boba. todo tempo me pego olhando pro teu rosto, tentando desvendar tuas faces, descodificar teus pensamentos. têm sido em vão, e por esse motivo sinto a maior necessidade de te descobrir.
já não há nada que sacie minha sede, nenhum remédio que me faça dormir sem antes pensar no teu grande mistério, e não há ninguém que consiga te substituir. não quero ter em mente outra coisa senão seus olhos, não quero sentir outro cheiro senão o teu, não quero ouvir outra voz e sentir o outro toque senão o seu. não quero te odiar, mas eu te odeio.