quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

mine

tanto tempo depois, aqui estou eu, voltando pra minha vidinha quieta. voltei pro meu mundinho de egoísmo, de falar muito sozinha, de querer estar assim e só em paz.
tô tão bem com tanta coisa estranha acontecendo que olha... vou falar viu, tô jurando que se fosse um tempo atrás, estaria eu, morrendo, sofrendo horrores! me acostumei com a mudança, com a partida, com a chegada de tudo. e acho bonito agora. acho bonito tanta gente me deixando, tanta coisa não fazendo sentido agora, porque sei que mais adiante, tudo vai me fazer rir, e como vou rir, assim como dou altas gargalhadas agora, durante a noite, quando por um momento, repenso em tudo.
apesar da minha felicidade, também ando um pouco insatisfeita com algumas pequenas coisas. tão pequenas, mas importantes demais, a ponto de me fazer voltar a andar com os ombros inclinados pra frente, coisa que eu não fazia há tempos. o ombro inclinado, olho inxado e boca esfolada, é nervoso, é mágoa, mas escondo bem, olhem só que coisa boa: escondo tão bem, que pouco me lembro disso tudo!
outra coisa que me abalou uns tempos atrás, foi quando me chamaram de enfeite. trepensei qual o motivo desse "apelido", até que, não consegui entender, e pedi uma explicação. foi quando me surpreendi, quando fiquei tão boquiaberta que vou dizendo: abri uma cratera no chão.
jamais imaginei o meu problema em ser um "mimo de estante" como causa de tantas coisas que já me deixaram pra baixo. não vou explicar o motivo de ser "enfeite", já fiquei fascinada demais, e não preciso compartilhar isso. fiquei revoltada no ínicio, mas logo pensei: antes ser um mimo, do que ser um brinquedo de salgadinho, tão competido por crianças de mãos sujas e cheirando a queijo.
não tenho muita vontade de escrever, como eu já disse, estou esmurrando todo mundo que ousa passar pela minha tênue linha entre eu e o mundo lá fora. aqui perto de mim, só eu, sou cachorro com raiva meu filho, não venha me contrariando.
no começo desse texto tinha tanta coisa pra contar, mas daí, minha nova habilidade de falar pouco, veio me privando, me vetando, e eu estou sinceramente caçando palavras. no mais, fico super feliz por hoje poder dizer que estou super bem, o que vim melhorando de uns dias pra cá, dias em que começavam seis da manhã, e terminavam quatro horas da madrugada. começavam na cama e terminavam no sofá, quieta, sem comunicação com qualquer pessoa, inclusive gente de casa. estou tão bem, olhem só, que resolvi até ser outra, pra mim. foi exatamente isso inclusive que respondi à minha cabeleleira, quando entre algumas perguntas, ela me disse: e você fica toda bonita assim, pra quem, então, se não é pra sair? - pra mim. é, pra mim, porque já se foi o tempo de me escravizar pra obter um elogio de alguém. não preciso, apesar de como toda mulher, gostar. é pra mim, repito sempre que posso quando me vejo tão bem assim. não me importo com o mundo lá fora, até porque, como comecei dizendo, voltei pro meu mundinho. voltei feliz aliás, com as minhas experiências novas, com o meu título de enfeite, meus ombros inclinados, boca cortada, e um passaporte só de vinda pra cá. sou minha, e ninguém mais tira.

domingo, 25 de julho de 2010

eu prometo...

promessas, pelo menos para mim, tem um grande valor. me senti na necessidade de listá-las, e cumpri-las na medida do possível de hoje em diante.
não vou citar o motivo de ter tomado essa decisão de mudança, masmo porque um aglomerado de pequenas coisas fazem formam esse "motivo".
eu prometo...
1-)eu prometo crescer.
a-)mentalmente (principalmente)
b-)profissionalmente (visar o MEU futuro)
2-)nunca, jamais, sob hipótese alguma, derramar uma lágrima a mais por alguém.
a-)nem por "amizades";
b-)e menos ainda por ele.
3-)não chingar as pessoas sem motivo;
4-)não deixar o orgulho em primeiro lugar;
5-)nunca mais odiar todo mundo sem motivo certo;
6-)nunca mais querer vingança. (a melhor vingança, é dada pela vida, não pelas mãos dos homens);
7-)nunca mais faltar da academia;
8-)usar escova de dentes só para escovar os dentes;
9-)aprender a dormir de calça ou shorts;
10-)aprender a odiar quem dá motivos com classe;
11-)aprender a andar de bicicleta;
12-)parar de rir das pessoas;
13-)não zoar mais a Mayara;
14-)aceitar o que acontece na vida;
15-)sorrir mais;
16-)aprender a dizer "não";
17-)ser mais cara de pau;
18-)não acreditar em tudo o que eu ouço;
19-)pensar mais antes de tomar qualquer decisão;
20-)esquecer;
21-)lembrar;
22-)apagar históricos antigos que não remetem coisas boas;
23-)jogar aquilo fora;
24-)me livrar do perfume do meu pai;
25-)me valorizar;
26-)ser mais sociável;
27-)dormir mais;
28-)parar de beber coca-cola;
29-)parar de comer presunto por comodismo;
30-)parar de escrever sobre o assunto;
31-)parar de carregar o peso do mundo;
32-)participar das aulas de ed. física;
33-)não ser pessimista;
34-)não ser otimista ao extremo;
35-)não dar migué;
36-)cuidar do meu cactus (José);
37-)voltar a pé e sozinha da escola;
38-)ler Dom Casmurro;
39-)não colar em nenhuma prova;
40-)não fugir da sala do curso;
41-)excluir todas aquelas músicas;
42-)"ignorar é vida."

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vento no Litoral - Legião Urbana.

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

só por relatar.

tentei descrever de diversas o que eu sentia, e foi em vão. bem, esta é a terceira tentativa. preciso tentar organizar minhas ideias. talvez eu tenha muito a falar, tanta coisa que veio neste balde de água fria.
primeiramente: sim, eu estou com muito ódio, muita mágoa de um fato passado. me sinto mal ainda por pensar no quanto foi desprezada, e no quanto as pessoas são egoístas e tem a capacidade de simplesmente ferir a quem não te fere.
em segundo lugar: eu sei bem do que eu estou falando, e não vejo nada de sincero naquilo. sempre esteve ciente do que acontecia, e se é tão forte como diz, dou-lhe meus parabéns, conseguiu me superar.
em terceiro lugar: pode-se sim comparar as duas situações. e é fácil, basta abrir bem os olhos. deixar qualquer beleza ou qualquer outra coisa de lado. basta colocar em uma balança acontecimentos passados, e facilmente comparar. e após tal análise, digam-me se tenho ou não razão em estar assim.
em quarto lugar: doeu também o fato de ver tantas das pessoas que anteriormente se diziam estar comigo para tudo, abandonando o barco na metade do caminho, cegas, tapadas, ou entorpecidas. fico só agora. eu e todo meu vazio, toda a amargura, que nunca me abandona, e que eu planto todos os dias, agora, pouco me importando com o que futuramente vou colher.
encerro aqui meu relato mal organizado, e possivelmente incompreendido.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

contrariei o poeta.

"talvez eu só precise de férias, um porre, e um novo amor." caio fernando.

1- 19 dias de férias. mudança: alcançado o estado de tédio profundo.
2- dois grandes porres, com direito a surtos. mudança: ressaca, uma meia-calça rasgada, resfriado, bolhas no pé e peso na consciência.
3- não encontrei, não procurei, e não vou procurar.

não vi cura em nenhum dos dois outros métodos, então, seria essa a salvação? se for, me sujeito a prosseguir como estou. disso, não quero mais nunca mais brincar, ok? ok.

domingo, 11 de julho de 2010

depois de algum mês.

não tenho tido muita vontade de escrever. não tenho tido vontade de conversar, e ando preferindo esconder o que se passa de mim mesma. sim, covardemente é isso. eu não quero tocar no assunto, porque dói. tenho aprendido a canalizar isso, escondendo-me, ignorando o que está aqui, posto à mesa. é mais fácil tapar o rosto no Sol, do que encará-lo até suas púpilas quase sumirem em sua vastidão celular.
é inevitável fazer muitas coisas sem lembrar dos espinhos que continuam fincados. como escrever: "não" sinto, não relato. e se relato, sinto, o que vai contra a corrente que luto agora: "não" sentir.
digo entre aspas porque é impossível deixar de lado, mesmo quando se luta com todas as suas forças para isso. não é falta de vontade, como tantos outros já me disseram, não é falta de força, simplesmente não é possível arrancar com tamanha facilidade um pinheiro maior que toda a minha estrutura corporal daqui de dentro. vou tentando assim, o despindo folha a folha, e quando mais, com mais força, graveto a graveto, com toda a calma, que trago destes meus dias tão pacatos. cuido também mais de mim, e me sinto mais satisfeita desse modo. vou à academia, estou tratando a pele, e procurando uma saída para todos os meus males externos. gosto mais de mim, isso posso dizer com plena certeza. e minimizo assim os problemas internos. até onde dá, deixo de lado. mas, quando me vem aquela necessidade estonteante de gritar aos céus e à Terra que tudo o que tenho dito é uma contradição, que eu preciso sim me curar por dentro, e todas mais aquelas bobagens, eu consigo me segurar. já gritei e já chorei tanto, e agora vejo que eu tenho força para ao menos me controlar nessa situação. não grito, não choro, e passo longe de qualquer coisa que me remeta à minha dor. como disse: "ignoro". e vou levando, minhas, agora, pequenas manhas, e meus, agora, largos sorrisos. manhas sem sal e sorrisos bem doces, para mim, para mim, e para mim.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A valsa do Pierrot

Meu rosto formigou, e logo então, senti a vermelhidão e a angústia tomar conta de minha face, que suavemente tinha um sorriso estampado até então. Cada gota de suor que por minha testa corria, uma martelada. Cada ironica palavra, uma ferroada. Fora assim por longos cinco minutos. Fora assim, quando tive todos meus pequenos e modestos sonhos disseminados. Assim, eu tive tudo jogado ao vento. Cada palavra cogitada, cada lágrima, cada gota de insensato orgulho, cada minúsculo segundo perdido.
E a plateia do meu salto para o nunca-mais-feliz sorria. Alegremente, sorria. Um Pierrot chorando se destacava, estupefato com a reviravolta, comovido, soluçava e com um rubor imenso, gritei. Gritei para avisar que tudo estava desmoronando. Gritei para avisar que sim, caneta nenhuma se sentiria incomodada com o toque gelado e lúgubre de minhas mãos, para avisar que todos os meus papéis poderiam sair correndo, para longe, bem longe de mim. Gritei, para deixar claro que por muito tempo, isso fora meu sonho, e que com sonhos, não se brincam.
Como em um jogo de cartas, apostei todas e quaisquer fichas, todos e quaisquer sorrisos, vários dias e neurônios no meu sonho, que tinha sido estraçalhado a frente de uma bela plateia de palhaços deprimidos, e na frente do pobre Pierrot, que só chorava. Conhecido ele por sinal. Em vários episódios aparecera, sempre chorando. E quem seria? Quem seria este, que ia contra a corrente? Quem seria este que gritara de dor tantas outras vezes? Quem seria esse que agora, estava recolhendo pedaços rutilantes e minúsculos, com cheiro de chá mate às três da tarde, com jeito de apartamento em cidade barulhenta, com o som de máquina de escrever antiga?
Quem seria este, que tem uma mancha negra escorrendo em sua face, uma cabeça baixa e olhos famintos? Talvez seria a parte de mim, que não se adapta à mudanças. A parte de mim que sempre acredita em sonhos, a minha parte doce, melancólica e surreal. A parte que não quer que eu mude, que se lamenta a cada queda, a cada pedra no caminho. A parte que sempre chora, sempre se machuca, e sempre espera o contrário disso. E a vida prossegue mesmo assim. Passo pra frente, passo pra trás, soluço atrás de soluço. Um giro, um grande medo de outra possível queda, e vejo o Pierrot ao espelho, realmente me refletindo em si.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

insuportávelmente.

creio eu que já disse tudo o que precisava dizer. e prestes ao fim do prazo de espera determinando por mim mesma me imagino sob duas rochas: de uma, lanço voo, de outra, me atiro ao mar.
entre o voo e o homicídio, prefiro o voo, embora o homicídio esteja em andamento. sim, me lancei ao mar, e à alguns quilometros de distância do ponto de partida já quase não sinto meus membros, já me falta o ar, e nadar se torna quase uma impossível missão.
mistério seria: como levantar voo? como respirar se me falta o ar? como me manter tão parada à espera de um sim, ou um nunca mais, sendo que a correnteza me puxa, me quebra, me estilhaça? como nadar contra essa maldita corrente, que regurgita tudo o que eu mandei descarga abaixo? como pensar em outra coisa se me vejo em perigo, à deriva?
e o voo, se pudesse ser levantado, seria tão mais confortável. pelo menos até minhas asas cansarem. seria tão mais conveniente, mais puro, mais fácil, até os ventos frios do sul me perseguirem. e se por via das dúvidas me alcançassem, me pegassem de surpresa e acertassem em cheio minha memória, minha asa machucada, eu seguiria até encontrar com o quente e aconchegante vento norte.
é difícil levantar voo, é difícil manter-se no ar, mas seria a melhor opção agora. tão alto, e tão longe de tudo. tão solta, e ao mesmo tempo, sozinha. pensando a fundo: insuportávelmente sozinha. insuportávelmente distante. insuportávelmente solta. insuportávelmente crescida. insuportávelmente triste. insuportávelmente a pior opção.