domingo, 31 de janeiro de 2010

de humano para "humano".

dói tanto dar de cara com o clarão de uma manhã, onde a realidade começa a fincar duras estacas em seu peito. o mundo inteiro se rende à miséria de almas. amigos? você sabe realmente quem se esconde debaixo de uma amizade? você sabe em quem confiar a chave do teu carro, da tua casa, da tua vida?
nada mais é como antes. o ser humano torna-se o principal rival da espécie. e na teoria da evolução, os mais ligeiros, sem alma, sem caráter, "evoluem", deixando para trás pisoteada a espécie que o criou, que o fez assim.
quem for capaz de ver teu pai pedindo esmola, teu irmão passando fome, teus amigos perdidos na vida, se sairá muito bem nesse mundo. quem não tiver coragem de pagar uma bebida para a esposa de seu primo, roubar a idéia de seu colega de escritório, será passado para trás, e ficará parado num tempo, sofrendo todo dia com a corrupção e com a imundice do mundo hoje, e amanhã. não peço a ninguém que banquem os bons samaritanos, que apoiem causas mundiais, e que tentem evitar o aquecimento global. eu só imploro aqui, que sejam menos "humanos", e busquem nessa desordem grudada em seus corpos, um ótimo motivo para serem mais humanos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

mix.

e desde que eu me conheço por gente sou assim. orgulhosa, inconstante, chorona, e birrenta.
não sou mimada, não me acho melhor que ninguém, simplesmente não aprendi a perder. não aceito mesmo, não me conformo mesmo. sou muito apegada às coisas, aos meus poucos e ofuscados objetivos. e quando eu quero, eu batalho, eu busco, eu corro atrás. mas quando falho, ah, quando falho me vem aquela súbita dose de lamentos. choro dias, noites, me culpo por tudo. nada me alivia, nada me deixa feliz enquanto eu não tenha alcançado meu sonho. não desisto fácil. na verdade, não desisto quase nunca. me canso, espero, mas volto à batalha, e luto, ultrapasso meus limites, sempre...
é algo além de força de vontade, é uma sede enorme, uma ganância boa que me deixa viva. quando chego na poeira pura, me vem uma brisa fria e me desperta, e apareço no mesmo cenário desgastado, com um sorriso mais reluzente que uma mina de diamantes ao Sol. me faço e refaço. choro e sorrio, tudo ao mesmo tempo, tudo com mesmo gosto.
sou um misto pleno de agonia e orgulho, de esperança e pessimismo, de alegrias, mínimas desistências, lembranças, olhos, boca e poucas glórias atingidas.
não me importo com as poucas glórias, com os osbstáculos, com os espinhos, feridas e estacas, a minha sede é grande, é mais forte, é maior que tudo isso junto...
eu estou aqui me lamentando hoje, para amanhã voltar a sorrir.

é meu povo, zelem suas almas.

num discurso filosófico com a pessoa mais chegada a mim, caí em uma conclusão: é o fim.
o fim de tudo. o fim do mundo, o fim das guerras, o fim da miséria, o fim da minha solidão.
chegaremos lá, não se apressem, não se revoltem, não se desesperem. chegaremos lá...
a superficialidade também chegará ao fim. graças à todos vocês, vermes fúteis, ela chegará ao fim...
vamos lá meus queridos, se despeçam de seus pais, perdoem seus inimigos, agradeçam por seus amigos terem te aguentado esses anos todos. escrevam um livro, dois, três... desativem seu Orkut, orem à Deus, à Moisés, aos seus Orixás. agradeçam, se desculpem, perdoem, façam tudo de politicamente correto que não fizerem a tempos atrás, e que a falta nos levou a chegar a essa situação...
maltratem mais seus pais! agridam mais seus filhos! chamem de "imbecil" aquele pobre ser diferente! fodam mais esse mundo já perdido em tanta ignorância! já estamos perto do fim, não há nada que os bilhões de doláres gananciados pelas grandes potências possam fazer. repito mais uma vez: É O FIM. O NOSSO FIM. zelem suas alma, pois seus corpos padecerão.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

.

te amo mesmo, talvez pra sempre. mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. foda-se esse amor. e foda-se você. -tati bernardi.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

2 baldes de amor.

só deparei com os cantos dos seus olhos me olhando ironicamente, como se eu tivesse assassinado alguém, ou te feito alguma coisa fatal. e não fiz. não dessa vez. não te fiz mal nenhum, e tinha até resolvido te deixar em paz, te tirar da minha vida aos poucos.
idéia falha. só consegui uma cara de desprezo, e alguns olhares matadores diretos para mim. eu não entendo o por que do silêncio profundo, e de todo o resto. não fiz nada. absolutamente nada, a não ser o fato de resolver te esquecer, te deixar para trás...
você e todo o resto desse mundo idiota, cretino, e sei mais lá o que, sempre soube que eu matava e morria por nós. que eu nunca deixei de me inspirar nos seus olhos, e que no fundo por mais que não aparentasse, quem sempre me fez sentir com esperanças de ser feliz alguma vez novamente, foi você.
nos afastamos tanto, e acabamos até deixando a amizade de lado. me lamento por isso, mas não tanto quanto antes. aprendi a estacar o vazamento, aprendi a deixar de imaginar que um dia tudo seria bom, como antes. posso não ter aprendido muito bem, mas ando me esforçando.
queria arrancar tudo de dentro de você, ou ser uma Super-Mulher, e poder usar minha visão de raio x em você. ou então, eu me contentaria em ser apenas mais mulher e mais madura, para lidar com isso sem me sentir culpada por alguma ou qualquer coisa.
bom,hoje, eu vou parar por aqui mesmo, sem conclusões, só um recadinho: reveja suas atitudes, e tente ouvir e ver as coisas a sua volta.
e pra finalizar, só um pinguinho do meu ódio pra você, e 2 baldes de amor.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

sin ningún tipo de advertencias.

eu acho que já não me resta meia colher de chá de esperança. suas atitudes não me surpreendem, e as minhas continuam as mesmas sempre. se não destrancamos nossos corações, não há como eu deixar você sair, e você me deixar entrar. então, vou dar uma humana hipócrita, e contra meu desejo, empurrar tudo pra debaixo do tapete. você não fica sabendo do meu sentimento, e toda vez que eu me encontrar com você pra repor minha necessidade de te sentir perto, posso somente te olhar e sorrir ironicamente, sem me desmanchar.

the truth of a dream.

chega um dia, em que nos encontramos sentados sozinhos, num canto, pedindo pra que todos os sentimentos possíveis desapareçam.
esse dia sempre aparece pra mim. talvez com mais frequência que o normal. sempre acabo riscando meus papeis, queimando meus pequenos trapos de sonho, e os pondo sobre minhas lágrimas, para que os desfaçam, e sumam sem deixar rastro. agora, nem eu mesma ando sabendo o que se passa na minha pobre e confusa cabeça. procuro não tomar nenhuma decisão, aliás, não sei nem que tipo de decisão tomar...
chorar, já chorei. gritar pra todo mundo que pode me ouvir, eu já gritei. e sofrer, sofro todos os dias, talvez a todo instante que eu lembre, ou sou lembrada, da existência desse meu problema.
ultimamente, o que me alimenta, o que me dá um pinguinho de forças para abrir meus olhos lá pelas três horas da tarde e pensar: "estou viva", são meus sonhos. meus sonhos amarrados com fios de seda em pilares, nada seguros. se não fosse por eles, eu não conseguiria manter minha pequena e desfocada chama acesa.
logo de cara, eu jurava que seria fácil. não fácil como escrever uma jura de amor na areia da praia, ou beber um copo de água, mas não tão difícil quanto terminar um relacionamento antigo e perturbado, ou pular de bungee jump às duas horas da manhã de terça em Bali. mas a vida não é fácil assim pra todo mundo. é difícil pra maioria, e pra quem tem muita força de vontade, ou sei lá que elemento mágico, acaba sendo mais "mole". pra mim? ah, pra mim é aquele mesmo balanço de sempre, aquela mesma incerteza. não sei, não sei mesmo...
ando pensando se devo continuar com meu sonho, me entristecendo a cada pôr-do-Sol, e me sentindo motivada a cada simples toque, a cada singela palavra. em outro dia desses, um dos típicos dias de desejar o fim de tudo isso, eu lembrei de um minúsculo sonho antigo. um sonho tão doce, que talvez seja o principal motivo de toda essa grande ilusão. me lembrei dele, e me veio como uma leve brisa um cheiro familiar, um gosto doce, e a imagem de um olhar, cativante, misterioso. desde então, fiquei paralisada nele, ainda estou, e vou ficar. por quanto tempo minhas amarrações aguentarem, por quanto tempo minhas pálpebras conseguirem permanecer entreabertas, e por quanto tempo eu conseguir ficar sem me decepcionar ou me encantar mais ainda.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

vem cá, vamos falar de decepção.

hoje é um dia que ninguém me entende. normalmente isso já acontece, mas hoje, digo: a coisa tá preta;nenhum renomeado psicanalista, nenhuma melhor amiga, nenhuma mãe, ninguém me entende. me vejo sozinha, tentando entender e espantar de mim toda essa estupidez gravada em meus olhos, todo esse arrependimento preenchendo minha cabeça oca, e todo esse sofrimento em meu corpo.
me sinto tão, mais tão dolorida hoje. erro, assim como todos os outros seres vivos e presos nesta maldita Terra erram. me arrependo, mais que qualquer pessoa. e me arrependi. será que é pedir muito, se eu pedisse que me esquecessem? seria pedir muito, se pedisse que me deixassem quietinha, escondidinha, olhando o mundo, na minha? seria? não seria. não seria..
já fiz isso tantas e tantas vezes por vocês. já engoli tantos e tantos sapos por gente que eu nem merecia engolir. já ouvi tantas cronicas dessa sociedade ironica, e continuei como? toquei minha vida, sempre esquecendo tudo, sempre sorrindo mais ironicamente pra o que não me importa.
sabe garoto, essa minha amargura tem sentido. tem sim, e eu não vou revelar, não agora, não pra todo mundo, só pra você...

domingo, 10 de janeiro de 2010

porque eu sou depressiva. e porque eu te quero sempre. e porque eu não sei controlar a minha obsessão...

...e hoje eu acordei totalmente sem forças. sem forças pra nada e com pouquissimas lembranças da noite passada. hoje eu acordei, e chorei de mansinho, e não vi nada de errado ou de humilhante nisso. choro mesmo, não foi eu quem quis assim. choro mesmo, porque eu acho extremamente sem restinho de glória nenhuma ser assim. depois, eu lavei meu rosto, arrumei meu cabelo e decidi por não chorar mais. pelo menos não mais por hoje. não resisti. segurei meus olhos, numa tentativa quase impossível parar de 'vazar'. como eu disse: quase impossível. não consegui nem se quer levanta-los e olhar novamente pra derrota que me tornei. é, me contradito. me tornei uma grande e desprezível derrota. talvez por não ter dito e feito o que devia, e ter me feito tão covarde. continuo pensando em tudo que deu errado em mim, em tudo que tem de errado em você. errado esse que Deus do céu me deixa louca por vezes. deixa mesmo. grande parte da minha loucura é proveniente desse seu errado. seu errado que me mata e me deixa boba, sem saber o que falar ou pensar.
queria me ver tão mais longe de você. tão mais sem sentir qualquer náusea ou seja lá o que for quando vejo seus olhos. tão irônico dizer isso. mas digo. a essa hora da manhã de hoje eu digo mesmo. no fim das contas saí tomar uma xícarade café. desceu tão pesado e instantaneamente me veio aquela repulsa. meus olhos ainda não estavam nem um pouco secos, aliás, ainda não estão, e nem vão ficar. me acomodei com essa rotina. você vem em uma festa pra chorar? não seu imbecíl, eu vou a uma festa pra te ver, ter a plena certeza de que não me pertence e de que isso a cada dia vem se tornando mais impossivel, pra ver você ignorando o fato de que tudo isso acontece, e pra então, por fim, chorar. e saí pela casa até me acomodar aqui, cambaleando, pra relatar tudo isso, sem lembrar o que eu precisava fazer. não sabia o que era, mas eu tinha uma necessidade gritante de fazer.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

tão como ousadia.

“e nem eu, nem você, sabe ao certo o que é o amor”. me disse uma amiga, em um de seus discursos filosóficos sobre não-deixar-se-abater-por-isso. É difícil pra mim, uma pessoa orgulhosa, dizer isso: mas eu concordo, aliás grande parte da humanidade concorda com isso. como um caleidoscópio, cheio de fases, mutações, é difícil definir o que sinto. pode parecer mais um texto sem nexo, de uma menina sozinha e mágoada, mas eu precisava falar sobre isso. sobre essa tal "pureza", e que existem suas outras faces. faces tão turvas e tão feias, que qualquer poeta amante, poderia enojar-se. é incrível também o dom das pessoas de descreverem fatos absurdos, como “foi por amor”, ou “é o amor”. penso que, (não só penso como vejo e noto isso todos os dias), já se tornou banal fazer isso, distribuir juras de amor, como um simples cumprimento. quem faz isso, está tão acostumado a essas mentiras, que não sabe valorizar mais o verdadeiro, não sabe nem sequer distinguir, uma coisa, da outra. por vezes, por mais que não deva, sinto pena dessas pessoas. sempre tão enganadas pelas suas próprias mentiras, e pela mentira de terceiros...
valorizar-se, é isso que cada um precisa. valorizar o que é verdadeiro, o que é puro, sincero, e vem de dentro. eu posso não ser a melhor pessoa para falar sobre valores, até porque, muitas vezes, falho. é preciso ter coragem pra dizer o que pensa de verdade, o que sente, e é preciso mais coragem ainda, de quem vai ouvir isso, e compreensão...

mais que realista.

por favor, não me iludam mais. não me digam que tudo vai ficar bem, aliás, é só isso que vocês pensam? tanto otimismo, tanta ilusão...
não que eu seja pessimista, ou que não acredite em meus próprios ideais, mas às vezes, é preciso ser no mínimo realista...
não é preciso tentar adivinhar o que se passa dentro de mim, até porque, nem eu mesma já sei. me sinto tão confusa, distante, chego a quase não acreditar nisso tudo. não entendo mais nada, e nem busco mais entender, uma vez que, isso só me decepciona cada vez mais e mais.
em outros tempos, tentei deixar pra trás, tentei mudar, tentei, admito, até demais. mas dessa vez, de maneira alguma, corri atrás de nada, tentei deixar acontecer, do modo mais natural possível, e não consigo me conformar. algo sempre me puxa de volta. talvez as lembranças, talvez a música, escrita, que esqueceram de nomear...

menos que covardia.

cansei de ter esperança, cansei de ouvir que tudo vai dar certo. me acabei. cansei de ter medo de tentar, de falar o que sinto ou penso, de ousar. porque no fundo, não é disso que eu preciso. preciso viver mais e pensar menos nos problemas, preciso crescer mais e aprender que nem tudo na vida é sincero, preciso esquecer das pessoas que me fazem mal.
mais uma vez digo que vou deixar você viver, ser feliz com quem você quiser. e dessa vez não volto atrás, e muito menos quero que corra pra mim quando precisar. não gosto de falsas esperanças. e o meu amor por você vai se diluindo cada vez mais como se fosse tinta posta num copo d'água. não foi bom enquanto durou. não vai ser nada mais além do que está sendo hoje porque seu amor por mim não existiu. tchau, não volte sempre. tem gente que não precisa mais de você, nunca precisou, fato. mas que só agora foi perceber que pode caminhar sozinha, mesmo sem seu ideal ilusório. só lembrando que o meu sentimento por você, vai continuar, não o mesmo, claro. mas eu vou aprender a confiar mais em mim, a andar com minhas próprias pernas, mesmo que devagar. e então quem sabe você possa me telefonar, me convidar pra sair. quem sabe eu aceite, quem sabe eu negue... deixemos isso pro futuro. te devolvo o sorriso que ficou comigo e saio livre, ver a vida se manifestar mais uma vez.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

sobre algo mais que forcas e amor.

mesmo que não saia hoje da sua cabeça, amanhã, depois de amanhã, quem sabe, ele já não vai ter o mesmo valor. eu sei, e como sei que na realidade nada é como eu digo hoje aqui. sou uma contradição, assim como eles também são.
no mesmo segundo que te fazem juras, colocam cordas em seus pescoços, e esperam alegremente pela hora de sorrateiramente puxar, e acabar por dias com seu sorriso. não estou me lamentando por isso, aliás, me acostumei já com tanta covardia. meus lamentos não valem por esses montes de nada. minhas unhas seriam mais bonitas se não estivessem roídas, e minhas lágrimas seriam mais bem aproveitadas se derramadas pela morte de qualquer rato de rua. minhas esperanças continuam acesas. meus olhos continuam agoniados e inquietos. mas sou assim. a clara face de um ser sem um ser.
não estou revoltada também, declaro. só estou hoje aqui, relatando sobre isso que me incomodou, ao rever a pobre da minha face doce sofrer a tempos atrás. não vou dizer que me arrependo, porque não é a verdade. não vou dizer que não vou mais cair na conversa mole dele, porque eu vou. eu vou cair em teus braços novamente, eu vou apreciar seu sorriso em um gole só, e eu vou devorar teus olhos. só que dessa vez, não me espere alí naquela forca onde você costumava puxar a corda. aliás, não me espere não, pretendo caminhar sozinha, e te procurar quando a noite cair.

repugnante.

e acordou com uma repulsa enorme no meio da madrugada. a escuridão tomava conta dos seus olhos quase abertos. não sabia o que procurar, o pra onde ligar. sentia a enorme necessidade de deixar aquele lugar, correndo. mas suas pernas não eram fortes o bastante pra sair por aquela porta localizada em lugar-nenhum-visível. não tinha a quem procurar, já que todos pareciam um tanto quantos hipócritas na noite passada. a repulsa vinda de más lembranças aumentava, e tomava conta da pobre alma sentenciada.
sentenciada sim, a viver num mundo tão imundo em que vivia. a ver a covardia estampada na face dos seus vizinhos, colegas de faculdade, familiares...
se juntasse o valor de todas as almas unidas naquele ponto de ônibus que ela avistara, não conseguira uma alma só boa. a burrice já dominava o adolescente, a criança que outrora era o mais inocente dos seres, e já vinha de antes. horripilantemente já era de uma fase antes. a pobre criança no ventre de uma mãe abandonada, tinha como futuro um mundo tão sujo, tão cruel.
pobre de mim, que hoje vivo por viver, e tenho de ver todos os dias esses olhos famintos por dinheiro, por fama. esses olhos que me devoram e me regurgitam e continuam nesse tediante balanço. desgraçada sociedade, que se desmorone, que leve contigo tudo isso que eu mais odeio, que mais causa danos a todos. e me deixe por favor um bom motivo pra sonhar e acreditar que vai valer a pena.

oito e quase trinta.

"não, você nao sente, esse é o problema" e um vasto silencio se abriu em meio a todo aquele barulho. nada que falassem confortaria minha dor. seus abraços já não me acolhiam mais, tuas palavras naõ eram tão lindas assim. não queria mais te querer, não queria nem mais se quer te ver. já são oito e quase trinta, você tem de partir. nossos olhos se vasculharam buscando qualquer coisa que alimentasse a pequena esperança presente alí. foi em vão. essa busca permanecera, aliás, nunca irá parar, enquanto ambas as partes não encontrarem-se de novo. no próximo encontro quem sabe, rostos novos, risadas novas, cabelo bonito e arrumado, perfume trocado, e sem aquele sentimento arruinado. quem sabe um novo surja, quem sabe acabe ali. quem sabe tudo volte como antes, e tudo o que eu tenha dito sobre esse novo encontro só se torne uma contradição. enfim, já são oito e quase quarenta e você já partiu...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

teria mais sentido se fosse sentido.

hoje jurei pra mim mesma que deixaria de ser tão burra assim. burra mesmo. me assumo: sou uma completa imbecil que sempre usa o coração ao invés de usar a mente.
hoje eu havia jurado também que não choraria mais por motivos tolos, mas eu chorei. que não me envolveria com gente sem escrúpulos, e que seria mais clara em tudo, e não estou sendo. mas parece que jurar tudo isso tem sido impossível, assim como jurar: eu não pecarei mais.
é como um pecado. tem a mesma carga, o mesmo jeito. tem um gosto diferente, um cheiro mais agradável e um excesso de culpa menor. não cheguei nem a tentar deixar de ser burra, ou deixar de pensar mais com a cabeça. e não vou tentar, não mesmo. vou deixar a minha face teimosa tomar conta de mim de novo. e assim vai ser. decidi por conservar o meu eu. mesmo que ele não seja algo bom, algo que quando cultivado resulte numa pessoa de alma boa e coração límpido. decidi por sofrer quietinha, e deixar que apenas meu travesseiro ouça meu chorinho e meu soluço por entre lágrimas na madrugada. prefiro assim. me sinto bem escrevendo, me decepcionando, e não sei nem por qual motivo relato isso hoje. me sinto melhor ainda quando eu posso olhar pros teus olhos e me sentir enfraquecida, e ao mesmo tempo acolhida, só por ter a sorte de ver teu mistério acontecer de não muito perto e me encantar mais uma vez.

nothing.

é, digamos que dói sim, e que não anda dando certo as minhas tentativas de esquecer ou de não pensar mais naquilo que me deixa tristonha. penso que vai passar, todos dizem que vai passar, e não foi porque não tinha de ser. ou até tinha, mas acabamos falhando, ambas as partes. enfim, mais e mais ciclos surgiram, mais e mais casos serão por acaso, é contra a minha vontade, mas é a vida, e sua irritante jornada infeliz.
aos poucos, ao decorrer dos dias, vou vendo que muitos dos meus planos viraram poeira, muitas das minhas ilusões foram besteiras, bobas, sem nexo. mas ao mesmo tempo que focalizo a realidade, algo parece que me veta, que me faz manter aquela chamazinha ascesa, assim como ela permaneceu por tanto tempo, após tanta coisa...
quero me livrar desse drama mal bolado. quero me livrar dos teus fantasmas que me rondam, e principalmente, do teu enigma.
nada mais quero eu a não ser poder ver o que se passa na sua mente, ou então, esquecer tudo isso. não estaria sendo covarde, pois eu sei o quanto lutei, só eu sei quanto das minhas forças foram gastas a cada segundo do seu lado em vão.
continuo na minha dança, na minha mole valsa, visando dias melhores, e conservando a minha pequena e já enfraquecida chama, dentro de mim.

sábado, 2 de janeiro de 2010

fixação.

e a garota, que podia ler mentes e tinha os olhos de uma pessoa como um passaporte para isso, não tinha sucesso em suas tentativas de fazer isso com aquele garoto singelo, de olhos enormes e inquestionáveis que ela já se envolvera e desde então parecia não esquece-lo. era quase loucura, mas ela não admitia que era real. ela não queria saber da verdade, ela não queria a verdade. não importava se ele tinha uma outra pessoa, se ele não estava nem aí pra ela. o que importava é que esse mistério todo a deixava cada dia mais frenética, e em busca de uma solução.
eles eram iguais em parte. tanta babaquice, tanta indecisão. tudo era muito parecido, o jeito de falar, pensar, e por vezes até de agir. levando certas coisas em consideração, qualquer um diria que eram uma mesma pessoa, dividida ao meio.
cada dia que se passava, parecia que a garota sobrenatural se perdia mais em suas tentativas. se perdia mais no seu sonho, na sua possível ilusão.
nada realmente conspirava à favor dos dois juntos. mas ela não se importava. muito focada, observadora, perdia grande parte de seus tristes e comuns dias a imaginar o que escondiam aqueles olhos enormes e misteriosos.
ora se animava, e podia sentir várias borboletas em seu estômago, voando, a fazendo sentir coisas incomuns. ora sentira tanta raiva, mas tanta raiva de como ele a deixara, de como ele a fizera sentir aquele ódio...
ela continuava não se importando. não sei descrever se é ódio ou o que era o que ela sentia dele. mas ela não gostava nem um pouco de como ele tinha o incrível poder alterar com tanta facilidade seus sentimentos. era imune à ela, e a fazia de maneira absurda cair em si, e de demonstrar coisas que jamais demonstraria. ela não controla isso. gostaria de controlar, mas não controla. ela poderia ser feliz com qualquer outra pessoa, que ela pudesse ver o que se passa, e entender tudo. mas não, o impossível sempre a atraiu demais... talvez não fora impossível, mas talvez seja além disso. talvez seja inquestionável a possibilidade de tê-lo. sim, estamos tratando de posse, de obsessão. e não é uma comum. é diferente, é intensa. hoje mesmo, ela sente ódio até mesmo dessa chuva que caí na madrugada, sente ódio da dependência que ele tem de outros pra ser feliz, da irônia de sua vida. da cabeça infantil dos dois, e até ódio dela mesma. ela não suporta o olhar de sono da sua gatinha, deitada na sua cama, inocente, a esperando para dormir, não aguenta ver a sua xícara de café, gelado, parado. sente mais ódio ainda, de quem escreve isso, e a colocou nessa situação. ela não sabe mais o que sentir, ou em que pensar. todas possibilidades foram traçadas, cada segundo que passa, ela de desespera mais ainda. ela o trata como: kryptonita. aliás, ele tem o mesmo efeito sobre ela às vezes. não vai morrer, não vai envelhecer, e não vai deixar de quere-lo. é frenético. ninguém vai conseguir pará-la. nem ela mesma.

ira.

vim por meio desta manifestar todo o ódio existente em mim. ódio claro da minha primeira escolha impossível. do meu sonho mais bonito. meu desejo mais infame. não sei como (e odeio isso) você me faz sentir tanta raiva assim. odeio também a realidade das coisas. me conformo com isso, mas quando me deparo com o meu desejo, esqueço, e mudo completamente todos meus pensamentos. odeio a nuvem de mistério que te envolve. teus olhos enormes que quase me devoram. sinto a eterna necessidade de a todo momento te sentir, de te observar, e até me perco em meus pensamentos por muitas vezes.
ultimamente, não gosto nada da ideia de ficar perto de você. me sinto tão idiota, tão boba. todo tempo me pego olhando pro teu rosto, tentando desvendar tuas faces, descodificar teus pensamentos. têm sido em vão, e por esse motivo sinto a maior necessidade de te descobrir.
já não há nada que sacie minha sede, nenhum remédio que me faça dormir sem antes pensar no teu grande mistério, e não há ninguém que consiga te substituir. não quero ter em mente outra coisa senão seus olhos, não quero sentir outro cheiro senão o teu, não quero ouvir outra voz e sentir o outro toque senão o seu. não quero te odiar, mas eu te odeio.