domingo, 11 de julho de 2010

depois de algum mês.

não tenho tido muita vontade de escrever. não tenho tido vontade de conversar, e ando preferindo esconder o que se passa de mim mesma. sim, covardemente é isso. eu não quero tocar no assunto, porque dói. tenho aprendido a canalizar isso, escondendo-me, ignorando o que está aqui, posto à mesa. é mais fácil tapar o rosto no Sol, do que encará-lo até suas púpilas quase sumirem em sua vastidão celular.
é inevitável fazer muitas coisas sem lembrar dos espinhos que continuam fincados. como escrever: "não" sinto, não relato. e se relato, sinto, o que vai contra a corrente que luto agora: "não" sentir.
digo entre aspas porque é impossível deixar de lado, mesmo quando se luta com todas as suas forças para isso. não é falta de vontade, como tantos outros já me disseram, não é falta de força, simplesmente não é possível arrancar com tamanha facilidade um pinheiro maior que toda a minha estrutura corporal daqui de dentro. vou tentando assim, o despindo folha a folha, e quando mais, com mais força, graveto a graveto, com toda a calma, que trago destes meus dias tão pacatos. cuido também mais de mim, e me sinto mais satisfeita desse modo. vou à academia, estou tratando a pele, e procurando uma saída para todos os meus males externos. gosto mais de mim, isso posso dizer com plena certeza. e minimizo assim os problemas internos. até onde dá, deixo de lado. mas, quando me vem aquela necessidade estonteante de gritar aos céus e à Terra que tudo o que tenho dito é uma contradição, que eu preciso sim me curar por dentro, e todas mais aquelas bobagens, eu consigo me segurar. já gritei e já chorei tanto, e agora vejo que eu tenho força para ao menos me controlar nessa situação. não grito, não choro, e passo longe de qualquer coisa que me remeta à minha dor. como disse: "ignoro". e vou levando, minhas, agora, pequenas manhas, e meus, agora, largos sorrisos. manhas sem sal e sorrisos bem doces, para mim, para mim, e para mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário