terça-feira, 5 de janeiro de 2010

sobre algo mais que forcas e amor.

mesmo que não saia hoje da sua cabeça, amanhã, depois de amanhã, quem sabe, ele já não vai ter o mesmo valor. eu sei, e como sei que na realidade nada é como eu digo hoje aqui. sou uma contradição, assim como eles também são.
no mesmo segundo que te fazem juras, colocam cordas em seus pescoços, e esperam alegremente pela hora de sorrateiramente puxar, e acabar por dias com seu sorriso. não estou me lamentando por isso, aliás, me acostumei já com tanta covardia. meus lamentos não valem por esses montes de nada. minhas unhas seriam mais bonitas se não estivessem roídas, e minhas lágrimas seriam mais bem aproveitadas se derramadas pela morte de qualquer rato de rua. minhas esperanças continuam acesas. meus olhos continuam agoniados e inquietos. mas sou assim. a clara face de um ser sem um ser.
não estou revoltada também, declaro. só estou hoje aqui, relatando sobre isso que me incomodou, ao rever a pobre da minha face doce sofrer a tempos atrás. não vou dizer que me arrependo, porque não é a verdade. não vou dizer que não vou mais cair na conversa mole dele, porque eu vou. eu vou cair em teus braços novamente, eu vou apreciar seu sorriso em um gole só, e eu vou devorar teus olhos. só que dessa vez, não me espere alí naquela forca onde você costumava puxar a corda. aliás, não me espere não, pretendo caminhar sozinha, e te procurar quando a noite cair.

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